O preço da democracia é a vigilância eterna

Antonio Tamarri

Esta frase de Thomas Jefferson se encontra em tantos documentos, escrita em diversos livros, enunciada em sermões... Todavia, o regime democrático é o mais castigado, equivocado e caçado, inclusive por pessoas que declaram a absoluta preferência pelos governos eleitos pelo voto.

Parece absurdo, mas é verdade. É muito mais simples e fácil viver à sombra de críticas, reclamações e até protestos, do que assumir o papel de cidadão comprometido com a causa pública. Nos regimes democráticos, é fácil ouvir: “eu sou livre e faço o que quero”; enquanto o correto seria dizer: “eu sou livre e faço o que devo, como pai, mãe de família, cidadão, trabalhador, empresário, político, religioso”...

O que é a história?

Pois bem, acho que ninguém duvida que o planeta Terra está mergulhado em equívocos. A história, infelizmente, está cheia destes relatos de massacres, carnificinas, escravidões... Existe uma confusão de ideias e atos que nos levam a acreditar que estamos voltando à era da bárbarie.

Pior, pois os bárbaros (assim chamados com desprezo pelos romanos), queriam retomar o domínio das próprias terras injustamente invadidas, dos seus costumes e da liberdade. Tinham direito se de defender? Mesmo quando eram obrigados a atacar, destruir e vingar a morte de tantos companheiros? Parece que a raça humana estava condenada a brigas contínuas. Estava? Está ainda!

Mulitiplicação dos campos de batalha

Começando com os desastres do clima, voltaram as guerras por terras, por comércio, na indústria, no mercado que nunca foi ‘livre´. Mas agora é monopolizado, contaminado, mesmo que os meios de produção tenham melhorado muito.

A política, quando não usa armas, abusa de mil e uma estratégias para ter o domínio, para restringir a liberdade, para se perpetuar no comando. Será que tem espaço para o desespero? Não.

Eterna vigilância

A gente viu o que aconteceu no Brasil. Deixamos espaço para algumas desobediências às leis que culminou com a invasão do dia 08 de janeiro. Votamos por reação e não com escolha pensada e justificada. Tivemos um governo fantoche que apoiou atos ilegais e a provocação contínua nas estradas, na mídia, abandono das escolas, hospitais e até das terras indígenas

Quando o povo deixa de governar, os malandros afundam o país. Não se governa só em Brasília.  Se deve governar em cada município, região, estado. Povo omisso, ausente, que não cuida do bem comum, se torna povo escravo, miserável, carente e infeliz. O preço da liberdade é a eterna vigilância sobre todos e tudo.

Vamos vigiar amigos!


Antônio Tamarri é professor de História e Teologia - Foto: Reprodução

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